Solidão e trabalho online

Ontem no comecinho da madrugada conversava com uma amiga que abriu uma loja online recentemente. Ela me contava que estava desestimulada com o pinga pinga das vendas e dos seus novos planos em voltar pra sala de aula como professora, profissão que exerceu até antes do nascimento do seu filho, hoje com 8 anos.

Depois de ter escutado seu descontentamento me perguntou como eu me sentia, ja que estou nessa há um bom tempo. Comecei a falar que sou uma montanha russa, onde em algumas semanas me sinto motivada e em outras não sinto nem vontade de postar uma foto no Instagram, tanto com a loja quanto com o blog. Que por mais que eu tenha mil idéias de conteúdo, uma paixão enorme pelo meu trabalho e saiba das minhas necessidades pra mantê-lo, não encontro motivação e ânimo em alguns dias, principalmente se a roda da vida não está equilibrada.

Daí começamos a refletir mais um pouco e chegamos à conclusão que o trabalho online é muito solitário, que nós, pequenos empreendedores ou/e blogueiros, precisamos encontrar esse ânimo lutando contra todos os perrengues do dia a dia, problemas que não ficam em casa quando saímos às 7h da manhã e voltamos as 17h da tarde (até pq não saímos), eles estão ali mesmo, ao lado da xícara de café pertinho do notebook, na sala de casa onde tudo acontece, inclusive nada.

Não tem equipe, nem colegas de trabalho, nao tem chefe (e ser o próprio chefe é mais difícil que ter um, acredite). Não tem o caminho, não tem o trânsito que muitas vezes traz aqueles momentos deliciosos de nostalgia ou de planos ao som das músicas preferidas salvas no pendrive, não tem o que distrai, não tem tudo isso que todo mundo reclama diariamente, mas pra quem passa muito tempo só, faz falta.

Como bem disse minha amiga “Ideias, no nosso caso, vem da solidão, mas seria também legal que viessem das alegrias a dois ou três, ou até dos entusiamos de conversas casuais. Vc tem que tá muito bem resolvida. Muita auto estima pra tudo funcionar bem”. E tem mesmo. O caminho pra cama é muito curto (E não estamos falando em preguiça).

A foto do produto não sai, o vídeo proposto não acontece, o post precisa de mais de quatro horas pra ser finalizado. Parece simples e prazeroso. Mas só parece mesmo.

É maravilhoso ter popularidade e influência ou fazer um produto virar desejo de milhares de seguidores? Claro que sim. Mas quem trabalha na internet de forma autônoma e com múltiplas funções, experimenta uma luta diária com dois mundos, onde parecemos fazer parte da linha silenciosa que divide os dois lados.

(Mas né…tem os boleto pra pagar e tem ainda o lado bom, que fica pra outro texto)

ana solidão

9 COMMENTS

  1. Bom dia, entendo seu lamento e talvez este poste seja mais um marketing que qualquer outra coisa. Quando mencionou trânsito, chefe e outros… realmente, é marketing. Olha, eu e minha futura senhora estamos começando um negócio online. Desejamos não ter chefe, trânsito, amigos e inimigos de trabalho. Desejamos nosso tempo, nossa liberdade. Nosso seguimento não nos dá ócio nos dá é muito trabalho, no meu caso até braçal, mas é um prazer. E não somos novos de casa. Ainda trabalhamos para o estado, estamos esperando a hora certa de chutar tudo e ter nossa liberdade… tente ser mais produtiva, maia ativa. Aqui fora a vida é feia.

  2. Nossa, que texto preciso! As pessoas acham q trabalhar em casa é viver de pijama, em paz o dia todo. Gosto do q faço mas sinto falta de ter colegas de trabalho, de sair de casa e voltar dali 8 horas e encontra-la arrumada, de ver o mundo no trajeto… Entendo q o home office é a solução do futuro para mtos problemas, nas definitivamente precisamos falar mais sobre quão depressivo pode ser.

  3. mas na hora da minha solidão, corro para o computador pra ver delicias de outros que tem uma solidão não dita, que nos parece uma vida diferente da nossa correria, chefe chato, transito, tantas frustrações, que nos acalma e nos faz sonhar com coisas que um dia teremos ou queremos ou sonhamos ter, o lado de cá também é difícil (e como) e desejamos por muitas vezes estar desse lado aí… é preciso aprender o contentamento que tenho aqui, pois os problemas tem aí e aqui, queria mesmo é que não tivesse problemas nem aí e nem aqui, mas que bom que você está aí, porque ontem fiz a sopa de abobora…que delicia!!!

  4. com certeza tem os dois lados, mas trabalhar com muitas pessoas pode não ser nada funcional tambem, quando a gente nao encontra ninguem com quem trocar ideias, muito menos com quem discutir os trabalhos. É como trabalhar sozinho, só que rodeado de pessoas que acabam atrapalhando.
    E para quem mora em grandes cidades, como eu, o transito, a poluição, os longos tempos perdidos, ter de pegar mais de um transporte público, andar em ruas imundas e cheias de buracos (como são as do centro da minha cidade).. essas coisas são muito irritantes.

  5. Entendo perfeitamente o que você diz. Sempre gostei de ter um blog e escrever eventualmente.Por um tempo tive um dedicado a algo mais profissional, mas sempre mantive meu trabalho paralelo.
    Hoje estou de licença maternidade e estou há alguns meses em casa (por issso consigo entender o que foi dito, pelo menos + ou -)
    Na verdade, acho que não podemos ver isso isoladamente.. Como você bem disse, depende tudo de como está a roda da vida.

  6. Ana, minha querida, eu te entendo. E foi justamente esta parte, da solidão, do encontrar forças sozinha todo dia que me barrou um pouco em ir adiante com a oficina. Acabei fazendo um concurso, hoje trabalho 20 horas semanais e consigo ficar com a Lorena no restante do tempo. Mas confesso que me sinto meio tolhida no lado criativo. Estou buscando, mas ainda não encontrei, o equilibrio entre contas pagas e vida livre.

  7. É Ana tenho passado por momentos assim… muitas idéias, material, capacitação e nenhuma produção, por quê???? Porquê falta justamente essa troca. Todas sabemos que os custos para se manter um espaço fora do Home office nem sempre é viável mas tenho pensado muito em um espaço coworking mas as pessoas com as quais falei estão com medo devido a crise. Um grande beijo e força na peruca pois dias nublados fazem parte da vida, mas o sol sempre reaparece.

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