Sobre acreditar no menino maior

Compartilho com vocês esse texto que fiz quando meu menino maior estava com 4 anos:

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Você nem é mais tão pequeno e ainda assim, quando posso, te chamo de meu filhinho.

Essa semana mesmo fui te deixar na escola e nem do portão principal você me deixou passar. Me disse que daquele lugar pra frente você ia só. O meu lugar era do portão pra trás.

São apenas quatro anos. São apenas quatro anos.

No dia que você veio ao mundo não te trouxeram imediatamente pra eu ver. Tão roxinho e sem ar, te levaram correndo pra te ajudar. Eu só queria te pegar no colo, te segurar e nunca mais soltar.

Mas meu pequeno tem seu próprio caminho e acho que desde o primeiro dia já me disse, sutilmente, que eu preciso aceitar onde devo estar.

Brinco que ele vai sair de casa cedo, que vai ser independente logo que a hora chegar.

O menino me diz que vai ter muitos filhos e que vai morar num apartamento longe, um pouquinho, de mim. Que um dia vai morar nos Estados Unidos já que é lá que o Capitão América mora. Também me conta que sua a filha “Vitória” vai ser muito obediente e nenhum trabalho na escola vai dar.

Ele só tem quatro. Só se passaram quatro anos.

Prefiro pensar que de algum jeito, ele não é só alguém que fala pelos cotovelos.Alguma coisa do que se diz pode ser e ele faz questão de me mostrar. Se preocupa, tão inocentemente, em me preparar.

E além de aprender a te respeitar, já que respeito é algo que a gente não se lembra de se ter sempre por alguém tão novinho, eu vou aprendendo a me desgarrar de você. Mesmo com tanto chão ainda pra rolar.

Preciso te ouvir e, como você diz, te acreditar. “Mãe, me acredita”! Quando fico rindo dos seus pesadelos e das coisinhas que diz que vai fazer um dia.

Aqui em casa ainda seremos nós quatro por bastante tempo, eu espero. Ainda temos muito o que viver juntos, muitas viagens a fazer, muitas bolas pra chutar e muitas lições de casa pra pintar.

E eu ainda aprendo a sua mãe ser … E a te ouvir, que é umas das coisas que você me diz que mais quer de mim agora,meu filho. Eu olho pra você crescer tão depressa e arrisco a afirmar que meu amar você se revela em te acreditar.

E eu acredito.

6 COMMENTS

  1. Que texto tocante! Tenho tb uma tagarela linda de quatro anos em casa, e adorei ler sobre a independência que eles, tão maduros pra tão pouca idade, têm. Adorei!

  2. G.
    São uma continuidade nossa…uma ligação além do infinito. Não deixar romper esse elo de amor e compreensão, uma das ações mais difíceis no relacionamento de pais e filhos.
    Desejo elos sólidos e fundados na verdade, no respeito e no amor.

  3. Oi Galera do Blog, logo que li este post meus olhos marejaram…
    Antes mesmo de vir ao blog, chegou la no meu e-mail… e como nao identificar que estas palavras vinham da Gabi, bons contos!!! Amo e me identifico, bjusss a todas e Obrigada por proporcionarem estas boas leituras.

  4. Assim que começa o texto já sei que é da Gabi, parabéns você mostra sentimento nas palavras e isso é reconfortante.

  5. Que lindo…como não chorar? Tentei ao máximo e não consegui. Graças a Deus por isso, este texto deixou minha noite mais feliz e só tenho a agradecer este blog maravilhoso por nos emocionar quando menos esperamos. um beijo!

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