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Cantinho do café: +12 ideias criativas para o seu espaço

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O café é o queridinho do brasileiro. Segundo pesquisas, o Brasil é o país que mais exporta o grão, e o segundo que mais consome em todo o mundo. Por isso, muitas pessoas sonham em ter um cantinho do café, seja em sua própria casa, ou em seu negócio.

Pensando nisso, reunimos algumas ideias de cantinho do café que vão deixar seu espaço aconchegante e do jeitinho que você sonha, seja minimalista ou com mais decoração e cores.

Como montar um cantinho do café?

Antes das dicas, é legal pensar como e onde montar um cantinho do café. É necessário saber que é preciso um espaço adequado, seja na sala de estar, de jantar ou até mesmo na cozinha.

Depois, é necessário pensar na cafeteira que você irá comprar e que seja adequada aos seus gostos e necessidades, mas que também complemente a estética do seu cantinho do café. Enquanto pensa em como decorá-lo, a escolha de uma cafeteira com o design certo é essencial. Para isso, o site Ninja Presto é um ótimo recurso, oferecendo dicas e recomendações que te ajudam a selecionar a cafeteira perfeita, garantindo que ela se encaixe harmoniosamente no seu espaço dedicado ao café.

Além do tradicional café, você também pode colocar bolachas, snacks, leite e chocolate no espaço, para que outros preparos e acompanhamentos sejam feitos. Além disso, é necessário um espaço para guardar xícaras, copos, talheres, e o que mais seja ideal para o cantinho.

Você pode pensar em um cantinho do café que seja mais simples ou em um que seja mais decorado. Tudo vai depender do seu gosto pessoal e espaço disponível para o cantinho.

Entendeu certinho por onde começar a idealizar seu cantinho do café? Então agora separamos alguns exemplos para que você possa se inspirar e criar o seu próprio cantinho.

1- Cantinho de café na cozinha

Atualmente, a cozinha se tornou um ótimo espaço para realizar o cantinho do café. Em cozinhas modernas, por exemplo, é essencial ter esse espaço. Você pode utilizar uma mesa, bandeja, em um canto da pia, ou até mesmo espaços vazios no armário para guardar sua cafeteira e tudo que seja necessário para produzir o café ou acompanhá-lo.

2- Cantinho de café na sala

Outro cômodo da casa que é excelente para um cantinho do café, é a sala. Seja de jantar ou estar, a sala dá um charme especial para esse cantinho. Nesse ambiente, você pode escolher colocar seus objetos de café próximo à mesa, estante ou até mesmo do sofá.

A decoração vai depender muito do seu estilo, se é minimalista ou não, se gosta de detalhes em madeira ou não. Além disso, você pode optar por uma mesinha, aparador ou até mesmo carrinho. Tudo vai depender dos seus gostos pessoais e do restante da decoração do ambiente.

3- Cantinho de café colorido

Uma sugestão para quem quer fazer um cantinho do café descontraído, é colocar cores nesse ambiente. Podendo utilizar xícaras coloridas, objetos mais charmosos, paredes de outra cor, ou até mesmo uma cafeteira que fuja do padrão preto.

Com isso, você consegue trazer um charme diferenciado ao seu ambiente e deixar seu cantinho ainda mais especial, com a sua cara. No entanto, tenha cuidado para não colocar muita informação e acabar deixando o ambiente confuso.

4- Cantinho de café rústico

Para quem gosta do visual mais rústico, existem também opções lindas de cantinho do café que sejam de acordo com esse estilo. Com objetos mais simples ou feitos a base de madeira e cerâmica, esse cantinho é ideal para casas de campo, chácaras ou algum ambiente mais rústico da sua casa.

5- Cantinho do café minimalista

Se você é adepta do ‘menos é mais’, com certeza busca um cantinho que seja minimalista, e com poucos objetos, mas que seja funcional para o que você está buscando. Por isso, sugerimos algumas opções de ambiente minimalista, mas que é um charme para o seu ambiente.

6- Cantinho do café dentro do armário

Na falta de espaço, o cantinho do café pode ser feito dentro de armários. Basta você ter lugar para organizar. Essa é uma maneira diferente de ter o seu cantinho, mas que mantém o ambiente em ordem e que em caso do armário fechado, nem é possível saber que ali possui um cantinho do café.

7- Cantinho de café em balcões

Com aquele aspecto mais tradicional, fazer seu cantinho do café em balcões é uma excelente pedida, visto que ele ficará bem a mostra e com todos os produtos bem distribuídos, além de dar um requinte ao seu espaço.

Esse tipo de cantinho é ideal para cozinhas ou salas, visto que são ambientes que normalmente possuem balcões.

8- Cantinho do café charmoso

Esse cantinho pode ser bastante charmoso e acolhedor, deixando o ambiente ainda mais gostoso para permanecer, afinal para muitas pessoas café significa afeto, e por isso ter um cantinho aconchegante é necessário.

Não precisa de muito para ter um cantinho charmoso, basta apenas criatividade e bom gosto na hora de escolher as peças.

9- Cantinho do café simples

Não é necessário investir muito para ter um cantinho do café bem bacana e legal para o seu ambiente. Com objetos simples como cafeteira e xícara, já temos o necessário para um ambiente acolhedor e gostoso.

Se quiser agregar mais algumas coisas, recomendamos colocar bolachas ou algum outro petisco para acompanhar no café. Uma plantinha de decoração também deixa o ambiente mais charmoso.

10- Cantinho do café em tons escuros

Há quem faça alusão que tudo que remete ao café precisa ser em tom escuro. Por isso, muitas pessoas optam pelo cantinho do café em uma parede ou móvel escuro. Isso dá um requinte diferenciado ao espaço, além de trazer glamour e modernidade.

Além do ambiente, também é possível investir em itens escuros, como xícaras pretas, colheres em tom escuro, dentre outros.

11- Cantinho do café em tons claros

Oposto de quem prefere tons escuros, também é possível fazer um cantinho do café em tons claros. Usufruindo do branco, bege, off white, dentre outros tons claros, é possível ter um ambiente clássico, confortável e que remete ao aconchego.

Você pode optar por um ambiente bem iluminado e em detalhes como xícaras de cristal, cafeteira em tons claros, e plantinhas, que darão aquele charme especial.

12Cantinho do café em tons pastéis

Nem preto e nem branco, aqui é para os fãs de tons pastéis. Rosa, amarelo, azul, roxo. Não importa, todas essas cores na tonalidade pastel dão um requinte ao seu ambiente, deixando o espaço agradável e colorido na medida certa.

O bom é que existem diversos objetos nessa tonalidade, o que permite que você use a criatividade ao máximo.

13- Cantinho do café e leitura

Há quem goste de tomar um bom café enquanto saboreia um bom livro. Com isso, muitas pessoas sonham em unir o cantinho do café com um espaço para leitura, adicionando uma poltrona, sofá ou até mesmo uma estante de livros no espaço que tem seus utensílios de café.

Esse espaço pode ser um escritório, varanda ou até mesmo na sala de estar, trazendo tranquilidade para ler um livro, enquanto toma um delicioso café preparado no seu cantinho.

14- Cantinho do café em escritórios

O cantinho do café é praticamente uma certeza em todos os escritórios e clínicas. Para atender melhor a todos os clientes, o cantinho normalmente traz café ou outras variedades de bebidas, além de alguns petisquinhos para desfrutar, como bolachas ou biscoitos.

Com requinte, o espaço acaba sendo um dos favoritos dos clientes, que aproveitam o momento para desfrutar de um bom cafézinho, enquanto esperam o atendimento.

15- Cantinho do café em varandas

Está sem espaço dentro do seu imóvel? Que tal colocar seu cantinho do café em uma varanda ou anexo de sua casa? Há diversas opções como instalar um armário, colocar um carrinho, ou até mesmo uma mesa.

No entanto, é preciso que seja um espaço protegido contra chuva e vento, para que não estrague o espaço. Se for uma varanda, procure fechar com vidro antes de instalar seu cantinho do café.

16- Cantinho do café e bar

Para quem gosta de café e também de bebidas alcoólicas, uma opção é fazer um cantinho do café e bar. Unindo o requinte e charme do café, com objetos utilizados para tomar um vinho, licor ou cerveja.

Deixe espaço para as xícaras, mas também para as taças, abridores de garrafas e o que mais for necessário. É possível dividir o espaço em dois, ou misturar tudo. Vai de acordo com o que sua imaginação mandar.

A casa arquetípica e os elementos da narrativa

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Era um típico dia de trabalho e estávamos viajando para a praia dos Carneiros, no litoral de Pernambuco. No carro havia 03 ou 04 montadores que ficariam ao longo da semana montando os móveis planejados em um Flat de frente para o mar. O clima era de entusiasmo e expectativa, até que num dado momento um dos profissionais lembrou dos tempos difíceis em que morava nas ruas, seus olhos marejavam e ele começou a nos relatar uma série de infortúnios que só quem passa por esse tipo experiência pode realmente compreender. Não é fácil ouvir esse tipo de história e ficar impassível, e sentíamos todos uma nuvem densa no ar…

A partir daí uma coisa estranha começou a acontecer; um a um, todos os que estavam no carro, começaram a lembrar e relatar os sofrimentos que passaram em suas infâncias: abuso dos pais, espancamentos, abandono, negligência, pobreza, fome, etc… Não me surpreendi com a universalidade do sofrimento, mas precisei me apegar a uma ideia: é preciso resistir a tentação e não entrar nessa disputa para saber quem teve a infância mais ferrada! Naquela altura, também sentia um impulso muito forte de contar meia dúzia de histórias tristes da minha infância, e logo percebi que havia algo naquela viajem que estava nos impulsionando para a autocomiseração. Apenas muito tempo depois eu consegui compreender o que havia ocorrido naquela viagem, e até o fim desse post você também entenderá…

Pra quem não sabe, tenho sociedade em uma empresa de móveis planejados, a Casa Planejada, e isso me coloca numa posição muito privilegiada com outros seres humanos. Estou frequentemente em contato com muitas pessoas, e principalmente com os espaços íntimos de muitas famílias, suas casas, e isso me possibilita os conhecer para além do que falam de si. Mas não só isso, tenho também o privilégio de passar bastante tempo junto dos trabalhadores que transformam os nossos projetos em realidade, os montadores.

Os clientes e os montadores no geral pertencem a dinâmicas sociais muito diferentes, mas é claro que eles também tem algo profundamente em comum. Eles se compreendem a partir da narrativa pessoal, a história que cada um conta pra si a respeito de sua própria jornada, definindo assim a paisagem mental que se repete de forma inconsciente inúmeras vezes dentro de suas cabeças, e é sobre isso que conversaremos hoje.

No post anterior, explicamos as bases teóricas da psicologia analítica e o que são os arquétipos, hoje abordaremos os elementos da narrativa e sua relação com a individuação, e principalmente, o que tudo isso tem a ver com o design de interiores e a função simbólica do morar.

Antes de tudo vou lhes propor um pequeno exercício; faça uma pausa e reflita sobre o seu herói favorito. Recorra mentalmente à sua jornada, desde o início até o desfecho. Em seguida, compare essa trajetória com as etapas típicas da odisseia de um herói, conforme descrito a seguir:

O herói tem quase sempre pais divinos ou nobres, sendo ao mesmo tempo filho de seres humanos normais. A gestação, a gravidez, o nascimento e a primeira infância suportam uma grande carga. Algumas vezes os pais são estéreis, outras vezes o herói é rejeitado desde o princípio; ou seu nascimento tem de se realizar em um local secreto, ou ele deve ser morto e exposto. Sendo de origem nobre e divina, experimenta o sofrimento da criança abandonada, desamparada, cuja verdadeira natureza a princípio não é reconhecida. É ao mesmo tempo poderoso e carente.

Educado por pais adotivos ou por animais, em sua juventude ele logo revela talento, habilidades e poderes especiais. Excelentes mestres ajudam-no a aperfeiçoar suas habilidades e conhecimentos. Adquire suas armas pessoais, quase sempre de procedência e qualidade especial. Muitas vezes encontra também um animal, fiel companheiro – em geral cavalo, cão ou pássaro –,que se distingue pela inteligência, segurança instintiva e força.

Recebe então uma missão ou um chamado para partir em viagem. Depois das adversidades iniciais, que se revelam no próprio medo, desânimo ou através dos avisos de outras pessoas, põe-se a caminho. Até que a verdadeira luta acontece, ele tem de passar por uma série de pequenas aventuras. Por exemplo: encontra outro herói, a princípio hostil, com o qual luta, e que demonstra a mesma força. As vezes, une-se a ele pela amizade.

A verdadeira luta do herói leva-o a penetrar em esferas desconhecidas e estranhas. Pode tratar-se de um lugar secreto, de difícil acesso, onde atua um poder sinistro e ameaçador, por exemplo um monstro semelhante a um dragão, um inimigo perigoso ou então a morte. Depois de uma luta difícil, quase fatal, o herói consegue superar esse poder inimigo. Em seguida, ganha um tesouro (ouro, reino, conhecimento, fama) e uma jovem virgem, com a qual se unirá e terá um filho.

É provável que você tenha percebido muitas semelhanças na estrutura narrativa da sua história de herói favorita com esse esboço das etapas da odisseia heroica. Essa recorrência parece nos apontar para um elemento comum do inconsciente coletivo que nos guia em direção ao percurso da construção de um ser humano melhor, que independente de suas origens, se esforça na ampliação de suas capacidades e consciência, e se mantém na busca pelo domínio criativo da vida, pela superação dos dragões, figura simbólica das dificuldades, modificando a si mesmo a cada batalha e o ambiente que o circunda.

Essa jornada revela-se um contínuo processo de mutação, jamais o concretizamos por completo e por isso a viagem e o caminho, expressos na estrutura narrativa, são os símbolos para o processo de individuação. E também por isso que os heróis nos fascinam, eles personificam esse desejo humano tão profundo de transcendência e superação.

A essa altura você deve estar se perguntando; por que justamente a figura do herói requer essa procedência modesta e inferior, cheia de infortúnios e ameaças? Por que ficamos tão interessados em narrativas que envolvem a superação de obstáculos tão desafiadores, vividos por personagens que muitas vezes são humilhados e desprezados em seu ambiente de partida? A resposta é simples: O herói expressa nossa esperança de superação diante das limitações do nosso ponto de partida e incompreensão da vida. Ele expressa nossa capacidade de evoluir desde que abracemos a jornada suportando a desaprovação, medos e riscos de crescer e cair diante dos obstáculos e do julgamento alheio. Se fizermos isso, descobriremos por fim que o tempo todo o herói somos nós, e a jornada a própria vida.

O maior perigo da jornada é o risco de continuar fixado na figura da criança abandonada, incompreendida e repreendida pelos pais. São muitos os que continuam repetindo a mesma história de abandono sem se dar conta que a qualquer momento podem reassumir o curso de suas vidas e construir uma nova narrativa heroica para si mesmo a despeito do ponto de partida. Além disso, é importante nos conscientizarmos que parte das crenças que atualmente definem nossas narrativas foram formuladas por uma versão infantil nossa, que além de ingênua, é desprovida de entendimento, repertório e recursos para obtenção de insights e feedback apropriado.

É hora de atualizar as crenças e contar uma nova história para si mesmo, a ajuda não virá de fora, os heróis, assim como todas as demais figuras arquetípicas que exploraremos no contexto da decoração mantém entre si uma relação orgânica de sucessão por estágios que determinam o crescimento da consciência por meio de movimentos de circunvolução. É por isso que a figura do herói se repete em tantos momentos a medida que evoluímos. Novos desafios nos são apresentados, e com isso a nossa psique vai se fortalecendo com novas ferramentas e habilidades.

Com tudo o que foi dito até aqui, talvez tenha ficado claro como os elementos da narrativa são importantes para o desenvolvimento da casa arquetípica. Nossa casa conta muito da nossa história, e nossa história é uma narrativa construída a partir da seleção dos protagonistas que vamos elencar que por sua vez definirão nossa perspectiva para a vida.


Esses protagonistas são expressos a partir de escolhas muitas vezes inconscientes de figuras que os expressam de forma simbólica no ambiente em que vivemos. Essas figuras arquetípicas podem nos apoiar a medida em que nos individuamos, ou podem nos reter em fixações e narrativas disfuncionais. Por exemplo: você pode viver um local que expressa claramente o arquétipo do inocente, quando na verdade você precisa constelar em sua jornada o arquétipo do governante, explorador ou do herói de si mesmo. Nesse exemplo, o espaço não lhe apoia em sua jornada pessoal.

É claro que o arquétipo do inocente tem o seu momento e lugar para se expressar em nossas casas, e isso inclusive será tema do próximo post da série. O importante agora é deixar claro que podemos usar esse recurso, a expressão simbólica da figura arquetípica, para nos apoiar em nosso processo de individuação.

Nos dois primeiros parágrafos desse texto ilustrei como a constelação de um arquétipo pode influenciar nossas lembranças em um contexto simples de conversa dentro de um espaço limitado, o interior de um carro numa viagem. A hipótese que estamos trazendo com essa série é ampliar essa ideia e pensarmos no quanto podemos ser intencionais na expressão simbólica do espaço em que vivemos para apoiar nossas metas ao longo da vida, especialmente no contexto da individuação.

Por mais inovador que isso possa parecer, já o fazemos em ambientes comerciais com bastante fluência. Escritórios de advogados, consultórios médicos, igrejas, todos esses ambientes expressam seus arquétipos com relativa maestria. A nossa proposta é trazer esse mesmo grau de consciência simbólica para o contexto residencial e no contexto da jornada da individuação.

Pra quem não sabe, a individuação é um conceito central na psicologia analítica. Refere-se ao processo de realização do self, que é a totalidade e a integração da personalidade de uma pessoa.

Segundo Jung, a individuação envolve a busca pela integração de todos os aspectos da psique, incluindo partes conscientes e inconscientes, pessoais e coletivas. Esse processo não é apenas de autoconhecimento, mas também de desenvolvimento e crescimento pessoal, no qual a pessoa se torna mais completa e autêntica.

A individuação pode envolver confrontar e integrar aspectos menos desenvolvidos da personalidade, como qualidades negadas ou reprimidas, bem como reconhecer e integrar influências culturais, sociais e espirituais. É um processo contínuo ao longo da vida e pode resultar em maior autoconsciência, criatividade e uma sensação de significado e realização na vida.

Temendo ser simplista, podemos resumir dizendo que a individuação é um processo do amadurecimento na busca pela singularização, e o indivíduo singularizado torna-se mais pleno para ocupar o seu devido lugar no mundo, sendo portando, um benefício para si mesmo e para todos a sua volta. Além disso, podemos propor que sua personalidade singular se expressa de forma original no ambiente em que vive.
Com isso concluímos a introdução teórica dessa série e espero ter deixado clara a nossa hipótese.

No próximo post iniciaremos a jornada pelos principais arquétipos e como eles se expressam no contexto da decoração, e se por ventura algo não tenha ficado claro, será a oportunidade de esclarecer.

Se quiser saber um pouco mais sobre as experiências típicas do processo de individuação, clica aqui.

Caso tenha ficado em dúvida sobre algum termo, consulte nosso pequeno glossário de psicologia analítica: https://www.sombrasdomeiodia.com.br/p/glossario-de-psicologia-analitica.html

@leo.climaco

Designer de interiores e psicanalista
Percurso em Psicologia analítica Junguiana
Pesquisa a relação da experiência do morar com os aspectos simbólicos da decoração.

A intenção e a casa da gente

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Intenção

substantivo feminin

1. aquilo que se pretende fazer; propósito, plano, ideia.”sondou-lhe as reais i.”

2. aquilo que se procura alcançar, conscientemente ou não; propósito, desejo, intento.”sua i. era causar-nos aborrecimentos”

A intenção na construção de um ambiente feliz e confortável para viver é algo determinante para um projeto de interiores. Frequentemente profissionais oferecem um questionário onde devemos descrever quais são os nossos propósitos, o nosso dia a dia naquela casa, quantas pessoas vivem nela e seus hábitos. É muito válido termos essas respostas para que sejam atendidas as nossas necessidades.

Quando penso em decoração afetiva, creio que é preciso ir um pouco mais além. Não estamos falando em criar um espaço apenas funcional que atenda um propósito. Rick Rubin em seu livro escreve que, a intenção alinha todos os aspectos do eu, e portanto, não é uma mercadoria. É um estado de viver em acordo harmônico consigo mesmo.

Nem todos os projetos levam tempo, mas todos exigem uma vida inteira.

O afeto percorre um caminho particular, onde através da nossa história, pensamentos, experiências e emoções, experimentamos todo o nosso potencial criativo em nossa jornada do fazer. É por isso que aqui não cabem dicas genéricas para a transformar sua casa em lar. A intenção é sua, você precisa antes de tudo olhar pra si e sua capacidade de realização.

O problema maior são as nossas crenças negativas profundas, de não conseguirmos, de não sermos admirados ou não nos acharmos merecedores. Quando acesso post antigos ou fotos das minhas primeiras casas, sou a pior crítica: Tudo feio, amador e sem noção. A minha escrita me provoca vergonha, os meus primeiros erros me causam repulsa e acredito piamente que sou uma farsa. Julgar nossos primeiros esforços é um abuso, porque sim, nossas primeiras tentativas podem ser frustrantes, e devem ser. São parte do nosso aprendizado.

Ter uma intenção definida, nos leva a criação das nossas próprias narrativas, que no traz autoconhecimento e, consequentemente, expressões artísticas de quem somos (pense em sua casa como uma obra de arte). Todas essas manifestações estão adormecidas com a nossa criança criativa, esperando ganhar força pra levantar e brincar.

“Desejo que minha a casa seja um lugar acolhedor, que me traga tranquilidade para meu descanso e momentos de atenção e ternura com as pessoas que convivem comigo. Que seja um lugar auspicioso e criativo, feliz e receptivo. Posso fazer isso por mim”.

Aqui estão três frases afirmativas para escrever em um lugar visível e repeti-las todos os dias:

É comum que a nossa mente corra para uma solução pronta e de pouca pesquisa afetiva, mas a nossa intenção percorre um caminho de busca que não cessa, talvez por isso, é comum sentirmos que a nossa casa precise sempre de mais, que ainda “não está pronta” e que “falta alguma coisa aqui”.

Por onde começar?

Você já começou!

Nos próximos posts, trarei alguns exercícios simples para colocarmos nosso plano em ação.

Até já

A casa arquetípica – Um pouquinho de teoria

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No último post fizemos uma pequena introdução sobre a série “A casa arquetípica”, e como talvez nem todos estejam familiarizados com esse termo. Hoje traremos um pouquinho mais de teoria para contextualizar o material que abordaremos ao longo dessa série, afinal, estamos desbravando terras desconhecidas. Até onde sabemos, não existe material disponível sobre a interface da psicologia analítica com o design de interiores.

O termo arquétipo tem origem na psicologia analítica de Carl Gustav Jung, um renomado psiquiatra suíço que viveu de 1875 até 1961. Jung deixou um poderoso legado teórico que exerce influência ainda hoje sobre áreas como psiquiatria, psicologia, ciência da religião, literatura e marketing.

Em sua teoria, Jung postula que para além do inconsciente pessoal, teorizado por Freud, também existe um inconsciente coletivo, uma base psíquica comum a todos os seres humanos, e esta é resultado do depósito das impressões superpostas deixadas por certas vivências fundamentais, repetidas incontáveis vezes ao longo da nossa evolução.

Essas vivências típicas, tais como a necessidade de construir um abrigo, as emoções e fantasias suscitadas pelos fenômenos da natureza, as experiências com a mãe, os encontros do homem com a mulher e da mulher com o homem, vivências de situações difíceis como a travessia de mares e de grandes rios, a transposição de montanhas, enfim, todas essas vivências, e muitas outras que nem sequer podemos imaginar, seriam responsáveis por criar disposições inerentes na estrutura do sistema nervoso que conduziriam a produção de representações sempre análogas ou similares.

Essas similaridades nos permite compreender por que em lugares e épocas muito diferentes aparecem temas idênticos nos contos de fadas, nos mitos, nas religiões, nas artes, na filosofia, nos sonhos e quaisquer outras produções humanas que inevitavelmente surgem sob a influência da força simbólica do inconsciente coletivo.

Para deixar ainda mais claro esse conceito vamos a um exemplo prático; no post anterior, mencionei que todos nós temos uma ideia bem aproximada do que seria uma casa de bruxa, e talvez nesse momento você tenha formado a imagem de uma possível casa de bruxa em sua mente. Apesar de única em sua representação, ela talvez se aproxime em estrutura a centenas de outras casas imaginadas por outras pessoas. Isso por que essa representação segue um padrão simbólico arquetípico, pertence a uma mesma matriz arcaica do inconsciente coletivo.

Pra resumir, Jung definiu arquétipos como padrões universais e simbólicos presentes no inconsciente coletivo da humanidade, sendo herdados e representativos de experiências humanas fundamentais. Esses padrões são considerados inatos e influenciam profundamente o comportamento, a perspectiva e a interpretação do mundo de uma pessoa, e é a partir desse ponto que vai nos interessar esse conhecimento para a composição dos espaços para viver com mais significado, e para isso, a partir de agora vamos cruzar a linguagem simbólica dos arquétipos com a estrutura narrativa, que expressa o drama íntimo do ser humano a partir da sua jornada pessoal.

Em termos psicológicos, as formações arquetípicas que representam as experiências humanas são preexistentes. Elas apenas esperam a “ativação” na história do indivíduo a depender do seu contexto. Apesar de estarmos absortos numa cultura ultra individualista, a ironia é que nossas histórias pessoais são compartilhadas por desafios comuns, a necessidade de se tornar autossuficiente, se tornar atraente na busca de parceiros sexuais, a luta contra as experiências difíceis e dolorosas, as separações e os lutos, a urgente necessidade de se tornar sábio, e o inevitável envelhecimento que nos conduz ao enfrentamento da morte, só pra citar alguns.

Para cada uma dessas experiências ou fases da vida nos é exigido um padrão de comportamento que pode ser expresso a partir de uma figura arquetípica, que dorme no inconsciente até que algum evento à invoque lhe trazendo a superfície.

A priori, todos nós começamos a jornada a partir do arquétipo do inocente, que é perfeitamente simbolizado pela carta “O louco” do tarô. Partimos para o mundo cheios de espontaneidade, alegria e despreocupação. Tão logo a jornada avança, somos desafiados por eventos que nos exigem atitudes heroicas, e talvez com alguma resistência o nosso arquétipo inocente ceda espaço para o arquétipo do herói, mas não sem antes consultar o sábio em busca de orientações.

Esse é um típico início de jornada, e ao longo do caminho vários outros arquétipos serão ativados. Essas figuras simbólicas compõem muito do que somos e nos apoiam em vários momentos ao longo da jornada, e elas também se alternam em diferentes graus de predominância em diferentes fases das nossas vidas. Mas para que isso funcione, muitas vezes teremos que nos fazer a difícil pergunta: O que essas circunstancias expressas em minha jornada estão exigindo de mim?

Evitar essa resposta equivale a fugir da sua jornada pessoal e intransferível.

Não nascemos prontos, e precisamos de apoio a todo momento, não só de outras pessoas, mas também de forças do inconsciente e do ambiente a nossa volta. Jung descreveu isso de forma brilhante na palestra transcrita no livro “A vida simbólica”:

“O homem necessita de uma vida simbólica… Mas não temos vida simbólica… Acaso vocês dispõem de um canto em algum lugar de suas casas onde realizam ritos, como acontece na índia? Mesmo as casas mais simples daquele país tem pelo menos um canto fechado por uma cortina no qual os membros da família podem viver a vida simbólica, podem fazer seus novos votos ou meditar. Nós não temos isso… Não temos tempo nem lugar… Só vida simbólica pode exprimir a necessidade do espirito – a necessidade diária do espirito, não se esqueçam! E como não dispõem disso, as pessoas jamais podem libertar-se desse moinho – dessa vida angustiante, esmagadora e banal em que elas são nada são.”

Perceba que a menção da casa como espaço propício para a experiência simbólica não é mera coincidência e vai muito além da experiência religiosa. A necessidade de abrigo físico e psicológico está entre as necessidades afetivas mais fundamentais dos seres humanos. É também a nossa primeira busca de regulação afetiva ao se perceber no mundo, nossa casa primária é composta basicamente de colo e amor, e é exatamente nessa experiência arcaica, coletiva e fundamental que delinearemos nossos anseios mais singelos pela “casa dos sonhos”.

“Encontrar a concha inicial, em toda moradia, mesmo no castelo, eis a tarefa primeira…” Bachelard

Que essa frase de Bachelard ressoe em nossos pensamentos e nos impulsione a construir o nosso lugar ideal no mundo, que para merecer esse título, deverá estar alinhado ao nosso ponto singular da jornada, contar a nossa história sem fixar-se ao passado, e sobretudo, servir de ponte para construir o nosso futuro. A casa arquetípica é capaz disso.

Em dúvida sobre alguns termos? Consulte nosso pequeno Glossário de Psicologia Analítica: https://www.sombrasdomeiodia.com.br/p/glossario-de-psicologia-analitica.html

@leo.climaco

Designer de interiores e psicanalista
Percurso em Psicologia analítica Junguiana
Pesquisa a relação da experiência do morar com os aspectos simbólicos da decoração.

Guia para iniciantes: 10 dicas para quem conquistou o imóvel próprio

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Na constante busca por estabilidade e realização pessoal, a conquista da casa própria é um dos anseios mais profundos na trajetória de muitas pessoas, pois representa mais do que apenas o ato de ter um imóvel, e marca o início de um novo capítulo de quem conquista. Apesar de o processo de aquisição ser bem assustador, Bruno Moraes, à frente do Studio BMA, chama atenção para a montagem do espaço. Pensando nisso, o arquiteto compartilha 10 dicas para ajudar com a jornada.

1. Adaptar é preciso!

Muitas vezes na empolgação de arrumar tudo, os moradores se esquecem de que, no decorrer do dia a dia, uma série de novas necessidades poderão aparecer. “A dica é pensar em móveis que se adaptem a essas mudanças”, afirma Bruno. Entre os exemplos, ele mostra um móvel ripado do seu apartamento, que é dinâmico – guarda as louças da cozinha e mantém uma estética agradável, pois fica camuflado.

2. Janelas e varandas

Antes de mobiliar o apartamento, é importante analisar como ficará à disposição de tudo em relação às janelas e varandas. Convém deixar os armários próximos, preferencialmente de frente, para ventilar e prevenir a umidade. No projeto a seguir, o home office foi posto ao lado da abertura para aproveitar iluminação natural e ventilação.

3. Ganho de Espaço

Móveis e ambientes multifuncionais são excelentes opções para quem irá morar em apartamentos pequenos. Dentro do projeto de Bruno Moraes, entre alguns exemplos, o móvel atrás do sofá funciona como bar e bancada de trabalho. Além disso, o nicho dentro do box também garante a economia de espaço.

4. Luminárias

Muitas vezes as pessoas decoram o primeiro apartamento aos poucos, portanto, uma dica é usar luminárias que permitem mudar a direção e acrescentar novos pontos de luz, como os trilhos com spots. Eles podem ser adaptados às alterações de layout.

5. Faça uma lista do que você tem

É importante relacionar os seus pertences pessoais e verificar se eles cabem no espaço. Isso ajuda a pensar em como você vai armazená-los e planejar os armários. “Antes da reforma do meu apartamento, a cozinha e a lavanderia tinham o mesmo tamanho. Optamos por diminuir a área de serviço a fim de ampliar a bancada e ter gavetas extras na cozinha”, conta Bruno.

6. Cobogós

O revestimento vazado é uma opção charmosa para delimitar os ambientes, sem bloqueá-los visualmente (sendo possível voltar ao layout original quando quiser). Dependendo do modelo, o cobogó pode ser uma alternativa mais prática e rápida que erguer uma parede, pois alguns já vêm com acabamento.

7. Pisos

Outra dica interessante é com relação aos pisos: se for um imóvel pequeno, é possível utilizar o mesmo piso no apartamento inteiro. Essa solução dá a impressão de amplitude e unidade visual.

O que olhar antes de comprar o seu apartamento:

8. Verificações importantes

Fique atento se o apartamento fica na face Norte ou Sul do edifício. Se for no Norte, por exemplo, haverá sol no apartamento o dia inteiro. Se for no Sul, então quase não irá bater sol. Isso influenciará totalmente o layout do projeto. Outro aspecto importante é ver o modelo de construção do prédio. Se a maioria das paredes for de alvenaria estrutural, não será possível fazer tantas alterações.

9. Atenção com torneiras, chuveiros e ralos

Antes de tudo, Bruno indica alguns truques para saber se está tudo certo com relação a esses fatores, o primeiro é levar um balde com água e jogar nos ralos para verificar a inclinação entregue pela construtora. Também se deve abrir torneiras e chuveiros e deixar a água escorrer. Se houver algum vazamento nos sifões, eles vão aparecer depois de uns 2 ou 3 minutos.

10. Saídas de Eletricidade

Para fazer uma vistoria de elétrica, Bruno indica outro truque simples: ‘Você só precisa levar o celular e o carregador, para testar em todas as tomadas”, conta.

BMA Studio

(11) 2062-6423
@brunomoraesarquiteturastudio 

Foto: Guilherme Pucci

Apartamento carioca ganha integração, luz e cor após reforma

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Com um estilo descontraído que reflete a atmosfera do Rio de Janeiro, este projeto assinado pela arquiteta Daniela Funari, evoca a presença do azul do mar, que se faz notar de forma sutil através de vários detalhes, incluindo a própria porta de entrada!

Dos anos 1970, o imóvel de 107m², pedia uma renovação completa, abrangendo, inclusive, a infraestrutura elétrica, hidráulica e de gás. Assim, a profissional remodelou o apartamento, localizado no Leblon, com recursos arquitetônicos práticos e criativos que combinaram com a essência ensolarada da cidade carioca.

Sobre as mudanças mais estruturais, a profissional colocou em prática toda a experiência que possui em edificações de casas litorâneas, que pedem um cuidado especial por conta do clima e da maresia. “O Rio de Janeiro é muito quente, por isso, uma preocupação importante foi repensar as redes de elétrica, hidráulica e, principalmente, do ar-condicionado”, detalha Daniela Funari.

Neste apartamento, em que a sala de jantar ficou conectada ao living e a cozinha, a circulação é bem fluida, generosa e livre de barreiras. “O resultado da integração é a amplitude máxima na área social”, explica Daniela que realizou a mudança do layout para que o morador pudesse receber amigos e convidados com maior comodidade. “O living ficou mais claro e iluminação após a reforma”, finaliza a profissional.

Optar por um sofá poderoso foi um tópico essencial para delimitar os ambientes conjuntos, trazendo um modelo minimalista, mas imponente, para o estar. Para completar, o tapete, em tie dye trouxe tons de azul e tecido cru, remetendo ao rústico e ao natural. 

As soluções criativas se mantêm nas áreas privativas do imóvel, onde há os dormitórios com bases cromáticas bem trabalhadas, além de banheiros elegantes e práticos. “Por ser um espaço mais enxuto, trabalhamos com uma cabeceira de tecido com toque aveludado, com 7cm de profundidade, em contraste com o tom de azul que utilizamos na pintura das paredes”, pontua a arquiteta sobre as mudanças no dormitório master.

Para arrematar o décor, uma mesinha lateral solta do piso foi inserida para render alguns centímetros a mais, especialmente, no que diz respeito à circulação. No que diz respeito às cores, o tom claro e sereno do azul foi essencial para estimular o conforto e o bem-estar, além de conversar com a paleta dos outros cômodos.

O verde foi a paleta escolhida para o outro dormitório, que contou com um home office minimalista no cômodo. Nas prateleiras superiores e na mesa de cabeceira, as plantinhas ganharam espaço de destaque e trouxeram a natureza para o quarto

O home office ganhou paredes revestidas com cimento queimado, além de apostar nas linhas retas e retangulares para o acabamento dos móveis, prateleiras e paredes. O azul petróleo coloriu a escrivaninha e o sofá, enquanto as cores mais vibrantes foram incorporadas nas almofadas coloridas e artísticas

Daniela Funari Arquitetura 

(11) 95500 0293 

@danielafunariarquitetura 

danielafunariarquitetura@gmail.com 

Av. Ordem e Progresso, Nº 157, CJ. 1104,  

São Paulo – SP

Fotos: Sambacine

A Casa Arquetípica – Um laboratório para a transformação interior

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Se você nasceu na década de 80, provavelmente se lembra do episódio em que Chaves e seus amigos entraram na casa de Dona Clotilde (a Bruxa do 71). A ambientação era bem peculiar, onde quase todos os estereótipos da bruxaria estavam presentes. O mais interessante é que todos nós, mesmo os que não assistiram a esse episódio, tem uma ideia bem aproximada do que seria uma casa de bruxa. Algo em torno de uma paleta escura, composta de roxo com preto e quem sabe alguns toques de laranja ou vermelho, e sim!, não pode faltar teias de aranha! E claro, muitos livros de feitiços… Quem sabe um gato preto deitado no sofá em frente a uma parede cheia de quadros sinistros, e talvez, de algum lugar, seja possível vislumbrar um caldeirão fumegante pronto para transformar nossa maçante realidade em mágica!

Tudo bem, pode ser que sua casa da bruxa não seja bem assim, talvez você pense em uma casa de madeira meio bucólica no meio da floresta, cercada de plantas secas e mal cuidadas, onde em seu interior habita uma senhora tranquila rodeada de potes de vidro com ervas e com ares de quem sabe das coisas… E você não estaria errado! Essa bruxa representa toda a sabedoria das sombras acumulada pela humanidade ao longo das eras, um valioso arquétipo de nosso inconsciente coletivo, que representa um tipo específico de conhecimento que a gente muitas vezes insiste em negar, e é por isso que as jogamos em fogueiras por séculos sem fim, pois para muitos, é melhor uma ignorância familiar do que um mergulho profundo no desconhecido.

Se não incorrermos no erro de ignorar a sabedoria das bruxas, veremos que a parte mais significativa dessa casa é o encontro simbólico da inocência infantil com a sabedoria ancestral de quem entendeu como manipular os elementos da vida através do caldeirão alquímico das experiências. Aqui, a linguagem simbólica é a mãe da vida criativa, e a história que contamos a nós mesmos o veio principal da nossa saúde psíquica. Do encontro com a bruxa ninguém passa imune, e o registro desse encontro fica evidente em nossas escolhas para o ambiente ao nosso redor, especialmente na fase madura da vida, onde já conseguimos reconhecer o significado dos encontros difíceis, e na melhor das hipóteses, aprendemos a nos recuperar, levantar e seguir em frente.

Estamos todos vivendo uma narrativa que contamos o tempo todo para nós mesmos, o início dessa jornada é marcado pelos tropeços da inocência, sabendo disso, sempre podemos aprender a contar histórias melhores com os contos de fadas e as grandes narrativas produzidas pela cultura. Lembre-se, toda casa é potencialmente o registro de uma história, que não raro começa com um casal feliz com sua recém-conquistada liberdade, e talvez por isso mesmo a decoração fique tão marcada por um positivismo ingênuo de quem ainda não vislumbra os obstáculos do caminho. Já a casa da bruxa parece relapsa internamente, mas talvez não seja bem isso, a verdade é que ela está focada em seus processos alquímicos de transformação, e tudo a sua volta apoia essa meta. Claro que o jovem casal não sabe disso, todo o futuro deles é colorido pelo romantismo do momento presente, e a falta de experiência faz com que vejam a casa da Bruxa como uma linda casa de biscoitos cheias de guloseimas por fora, pois eles não cumpriram a jornada para entenderem o que tem dentro.

Após mais de 4 décadas vivendo sobre essa bola de pedra girando no nada, tendo realizado centenas de projetos de interiores, e ter desmontado e recriado alguns lares para abrigar novas experiências pessoais, descobri que o mais importante não são os objetos ou qualquer componente do projeto em si, mas o quão simbólicos eles podem ser com base na ligação com nossa narrativa pessoal e momento da vida. E isso é tão pessoal e subjetivo que por vezes é difícil de compartilhar, mas que tentaremos com muita sinceridade nessa nova série de posts que chamamos de “A Casa Arquetípica”.

Nessa série, exploraremos a intersecção dos símbolos dos elementos da decoração com a narrativa pessoal. A presença dos arquétipos e sua influência sobre nós, e quão religioso e sagrado podemos significar nossos espaços. Também veremos o que podemos fazer para fomentar o nosso crescimento através das escolhas conscientes, e para isso, utilizaremos nossa relativa experiência como designer de interiores, abarcando conceitos de psicologia analítica, neurociência e também os elementos da construção narrativa.

Acho que é isso. Definido o escopo, agora é trilhar o caminho! Assim como quase tudo na vida, não sabemos muito bem até onde isso pode nos levar, mas estamos empolgados com a grande clareira que se abre no horizonte, seguimos confiantes, venham com a gente!

Estar atento para uma conexão criativa com a sua casa

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Se somos organicamente seres criativos, porque estamos pouco atentos? Eis a questão. Talvez venha daí a nossa constante sensação de “projetos iguais” e de “casas parecidas”, porque viver em um lugar onde nos provoque bem-estar, não é sobre um lugar confortável, é sobre reconhecimento e identidade. Portanto, a sua criatividade é tão fundamental quanto a posição nascente do seu projeto, a ventilação cruzada e as cores harmônicas das suas paredes.

No livro O ato criativo: uma forma de ser, Rick Rubem aponta alguns caminhos para percebermos a criatividade no nosso dia a dia. Vou listar, nesse e em outros posts, sobre alguns pontos, de uma maneira concisa e trazendo para a consciência de uma decoração afetiva.

  • Procure pistas

Falamos anteriormente sobre o quanto é importante mantermos o nosso olhar infantil e curioso sobre as coisas. Abrir as portas para novos métodos ou caminhos para as ideias.

Tenho o hábito de fotografar combinação de cores dos espaços onde chego. Semana passada fui ao parque e percebi a linda paleta de cores do roxo do açaí com o verde da grama e as cores desbotadas do meu chinelo. Também estive numa cafeteria no Recife antigo e lá estavam os móveis amadeirados e a vários tons de azul nas paredes, azulejos e outros objetos. Uma cliente me enviou fotos de sua mesa posta e tive a ideia de um novo produto pra minha loja. Uma frase de um diálogo de um filme que me trouxe uma reflexão pra esse projeto sobre criatividade.

Minhas “antenas” estão sempre buscando sintonizar numa frequência criativa, um exercício de atenção sempre que sinto-me desmotivada.

  • Práticas diárias

Através de uma programação, exercício ou ritual em determinada hora do dia, crie uma prática confortável para evoluir o modo como enxerga as coisas.

Até os meus quarenta anos, nunca fui uma pessoa de preparar o café da manhã, sempre passeava manteiga numa banda de pão e tomava com um copo de leite para esperar o almoço. Até que criei o hábito de faze-lo a melhor e mais saudável refeição do dia.

A criatividade é sobre preparar o café da manhã. O simples ato de fazer escolhas e executá-las, já é um ato sobre você. Então eu busco receitas, compro ingredientes não habituais, testo a minha frigideira antiaderente, escolho o jogo americano e sento para o meu ritual.

  • A natureza

Rick escreve que a partir do momento que aprofundamos a nossa relação com a natureza, ela estará servindo ao nosso espírito, e o que serve a ele, serve também a nossa produção artística.

  • Perceber-se internamente

Conectar o meu interior com o exterior foi a forma mais eficaz que encontrei pra entender como gostaria de ser reconhecida pelo meu trabalho como uma “blogueira de decoração”.

A decoração vista como uma manifestação artística é uma ferramenta poderosa de autoconhecimento. Com um propósito claro, podemos usar como aliados todas as nossas sensações, emoções, padrões de pensamento. Tudo isso nos afeta, e portanto, pode transformar-se em arte.

  • Memórias e subconsciente

“A vida não é o que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la”. Gabriel Garcia Marquez

Escrevi um livro no ano passado, uma auto ficção sobre a história da minha vó entrelaçada a minha. Em vários momentos fiquei questionando a veracidade de tudo que estava colocando naquelas páginas, em outros achei que poderia aprofundar mais as minhas pesquisas sobre a cronologia e veracidade dos fatos. Até entender que não era um livro histórico e documental, era um livro sobre as minhas vivências, o meu ponto de vista, baseado nas minhas interpretações, lembranças e traumas. O compromisso foi apenas comigo mesma.

Há um bom conteúdo para ser explorado e valorizado nas nossas recordações ou nos nossos sonhos. Vários autores que escrevem sobre criatividade indicam o exercício de escrever assim que acordamos sobre o nosso sonho, um feixe para o nosso subconsciente.

  • Ambiente

Encontrar espaços de observação e estímulo coerente com seu propósito.

Se estamos em lugares tranquilos, isolados e em conexão com a natureza, podemos sintonizar melhor com a natureza, se precisamos nos conectar com a consciência coletiva, parece mais oportuno estarmos em um lugar com mais movimentos e manifestações humanas.

“O lugar conectado de um pode ser a distração de outro. E ambientes diferentes podem ser o certo em diferentes momentos de nosso processo artístico”.

Viu? Apenas 6 pontos a serem observados nesse primeiro momento já pode fazer uma grande diferença no seu processo criativo, mas temos muito mais!

Até logo!

A Casa Nômade e inexistente do meu amigo

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Um amigo enviou-me uma mensagem perguntando quanto eu cobraria para ajudá-lo com a decoração da sua casa. Respondi que não sei como cobrar para pessoas próximas, que poderíamos bater um papo “sem compromisso”, que eu não entregaria projeto porque não tenho formação e nem muito saco pra isso. “Minha decoração é outra parada, amigo. Você sabe”.

Sentindo-me lisonjeada pela confiança, e ao mesmo tempo, ainda sem jeito de colocar preço nesse passo colaborativo da nossa amizade, ele me propôs um valor e aceitei. Combinamos uma reunião online após as festas de fim de ano, que ficou pra depois do meu aniversário. Na semana seguinte, estávamos nós numa chamada de vídeo falando de cores, encontros amorosos atrapalhados, azulejos, carnaval em Olinda, móveis fáceis de desmontar, atividades físicas e também sobre um banheiro azul e verde. Como o mar.

Meu amigo é um homem hétero e que sonha com o seu próprio lar. Estou frisando o fato dele ser homem e hétero porque é um pedido de ajuda raro, eles geralmente não se importam com uma decoração afetiva. Além dele ser um leitor/seguidor assíduo do meu conteúdo, entendeu exatamente o que eu quero dizer quando me refiro a um lar “Não teremos praticidade e impessoalidade”. Também já sacou que a o afetivo não é sobre uma foto dos avós num porta-retrato. Ele reconhece a importância de fazer parte do processo de descobertas de si mesmo e da sua história, que o processo criativo será todo seu. Estarei aqui apenas para guiá-lo com a minha visão sobre o assunto.

O que meu amigo não sabe?

Não sabe quantos cômodos terá essa casa, nem quando chegará nela. Ele não sabe nem onde ela fica.

Essa talvez seja a parte mais interessante da história: Enquanto espera a convocação do concurso que passou, ele literalmente tá construindo a ideia de uma casa só sua, através de um desejo pulsante em ter seu próprio espaço para viver.

Antes mesmo de começarmos a nossa primeira reunião, compartilhou pelo drive um documento contendo suas referências, tudo muito bem organizado. Depois enviou-me pelo Whatsapp uma playlist do Spotify de título “CASA NÔMADE”, que obviamente, foi a trilha sonora da nossa reunião.

Enquanto eu bebia um vinho no interior de Pernambuco, ele contava, do interior da Bahia, sobre as últimas experiências de moradia, dos vários estados que passou, da sua família, como perdeu dez quilos nos últimos meses e como ele quer se sentir nessa futura casa. Tivemos várias ideias, despertamos para pequenas e importantes necessidades, anotamos coisas pra não esquecermos, foi assim que ficamos duas horas conectados na vida um do outro.

Amanhã será a nossa segunda reunião. Continuaremos descobrindo coisas pelo caminho, como se estivéssemos numa trilha criativa para chegar ao resultado final que nem é final. Falamos sobre o fato de quando ele encontrar esse imóvel, talvez todas as nossas ideias atuais nem sirvam, ou sei lá, ele terá outras prioridades e outros pensamentos a cerca de um cacto no quarto.

Pouco importa.

Ele já estará com o mapa decorado pra habitar-se em qualquer endereço.

Volto pra contar mais sobre essa experiência. Até logo

Lua de mel no Caribe: 5 praias românticas para aproveitar a dois

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Na hora de pensar em férias, comemorar datas especiais ou planejar a lua de mel dos sonhos, a maioria dos casais inclui um destino à beira-mar nas opções de roteiros. Afinal, as praias e os momentos a dois formam uma dupla imbatível, talvez influenciada pelo cinema e pelas novelas de TV, que adoram mostrar imagens românticas em cenários paradisíacos.

Será que os destinos à beira-mar são realmente o sonho dos casais em busca de privacidade? É verdade que contemplar o horizonte, com o oceano se estendendo até onde os olhos alcançam, enquanto o céu azul se mistura com a areia branca, é um clichê, mas daqueles que ninguém quer abrir mão.

Cada casal tem aquela música especial, filme favorito, uma história engraçada ou aquela viagem que ficou eternizada na memória. Relembrar esses momentos felizes faz parte da narrativa do romance. Afinal, somos todos personagens que se entregam a momentos de pura satisfação. E dizem por aí que as praias as grandes protagonistas do bem-estar e da satisfação quando se trata de lua de mel e dias de romance.

Escolhendo destinos de lua de mel no Caribe

Passar a lua de mel no Caribe é o sonhos de muitos casais. Embora os destinos sejam todos de praia, cada um possui sua própria essência. Alguns são mais acessíveis e mergulham na cultura local, enquanto outros têm uma infinidade de resorts all inclusive e hospedagens de luxo.

Pensando nisso, reunimos nesse post diversos destinos do Caribe que atendem a todos os tipos de orçamento, desde os mais luxuosos até os mais baratos, passando por aqueles que são o desejo de muitos casais e até os menos explorados pelos brasileiros. Confira abaixo a nossa lista e descubra os melhores lugares para ficar em sua lua de mel.

San Andrés: um paraíso acessível

Arrasando sempre em várias categorias do World Travel Awards (a premiação internacional mais reconhecida na indústria de viagens e turismo) a Colômbia é um prato cheio para quem adora viajar a dois.

A ilha de San Andrés, no incrível mar caribenho, conquistou várias vezes o primeiro lugar da premiação, deixando destinos como Fernando de Noronha ou Cuba para trás.

Com 26 km quadrados e cerca de 70 mil habitantes, San Andrés oferece praias de águas cristalinas, areia branca e fina e ótimos passeios românticos. Um dos destaques da ilha é “La Piscinita”, uma piscina natural cheia de peixinhos, cercada por pedras e vegetação.

Para entrar no espaço é preciso pagar uma taxa que custa menos de R$5 e inclui comidinha para dar aos peixes.

Jamaica: Natureza e aventura

A Jamaica se destaca entre todas as ilhas do Caribe, conquistando não apenas o título de principal destino de praia, mas também brilhando nas categorias de aventura e ecoturismo. Para casais na busca de uma dose de adrenalina, a ilha oferece uma variedade de esportes radicais e aventuras emocionantes, como a trilha para as Cachoeiras do Rio Dunn, passeios a cavalo na praia e até mesmo mergulho para explorar os recifes de coral e a incrível vida marinha caribenha.

Apesar de não ser tão conhecida pelos brasileiros, a terra do mítico Bob Marley guarda tesouros como águas cristalinas, montanhas cobertas por vegetação preservada e paisagens que se eternizam em cada roteiro. Visitas a plantações de café e passeios a cavalo no pôr do sol à beira da praia são apenas algumas das experiências que demonstram que a Jamaica vai muito além do reggae.

St. Marteen: tesouro multicultural

Localizado a leste de Porto Rico, St. Marteen é um pequeno paraíso dividido em duas partes, onde o francês e o neerlandês são as línguas oficiais, mas o inglês e o espanhol são amplamente falados pela população.

Com um total de 36 praias, St. Maarten oferece uma variedade impressionante de opções para casais em busca de aproveitar uma linda e relaxante lua de mel. Assim como muitas praias caribenhas, essas são conhecidas por serem super seguras e oferecerem serviços exclusivos, proporcionando aos casais uma experiência excepcional.

A Praia Maho (Maho Beach, em inglês), localizada próxima ao Aeroporto Internacional da Ilha, é uma das mais famosas e queridinhas pelos turistas, já que permite ver aviões chegando e tirar fotos super bacanas para as redes sociais.

Ilha Mulheres: serenidade e história

Ilha Mulheres é um paraíso de oito quilômetros de extensão localizado ao nordeste da Península de Iucatã, no México.

O nome da ilha remonta às antigas representações maias da deusa lunar Ixchel, o que confere ao destino uma aura mística e histórica. Ilha Mulheres fica a apenas 13 quilômetros de Cancún, mas oferece uma vibe muito mais tranquila e menos movimentada, o que a torna um refúgio perfeito para casais em busca de serenidade.

A Praia Garrafón e a Praia da Costa Ocidental são algumas das mais populares entre os apaixonados, oferecendo serviços exclusivos e opções gastronômicas autênticas da culinária mexicana. No entanto, a ilha reserva praias mais íntimas e exclusivas.

Punta Cana: relax all inclusiveTop of Form

 

Punta Cana, na República Dominicana, tem se tornado uma escolha cada vez mais popular entre casais em busca de uma lua de mel no caribe, sem gastar uma fortuna. O destino ganha destaque não apenas por ser acessível, mas também pela incrível oferta de hotéis à beira-mar, que oferecem vistas de tirar o fôlego e uma quantidade de serviços e opções quase ilimitadas.

Punta Cana é o destino perfeito para casais que desejam passar os dias de romance relaxando na piscina e no mar, comendo e bebendo, já que tudo gira em torno aos confortos oferecidos pelo sistema all inclusive dos hotéis. Não existe vida praticamente fora dos resorts. Por isso, a dica essencial é pesquisar cuidadosamente sobre a qualidade do hotel e dos serviços para não se arrepender depois.

Considerações finais

Após meses e meses de estresse com os preparativos da festa de casamento, a viagem mais especial da vida dos recém-casados precisa ser em um destino de praia, para, no mínimo, recarregar as energias.

Muitas vezes, é a oportunidade do casal fazer a primeira viagem internacional. Portanto, a escolha do destino de lua de mel deve ser muito bem calculada para unir todas as expectativas em uma única jornada.

A decoração afetiva é intuitiva e autoral

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“Não importa quais ferramentas você use para criar, o verdadeiro instrumento é você”

A decoração afetiva é sobre uma decoração intuitiva, um vislumbre de um ambiente interno muito rico de nós.

Por muitas vezes questionei sobre a minha capacidade em criar espaços significativos e de bem-estar em lugares que morei. Lembro que lá em 2009, quando fui morar no Rio de Janeiro, o primeiro apartamento era pequeno, quente e velho. Consigo experimentar o sentimento de decepção quando abri a porta escura de madeira e comecei a caminhar por aqueles cômodos. Foi um lugar escolhido às pressas pelo meu companheiro, estávamos chegando de uma transferência profissional de São Paulo.

Diante daquela situação, que pra mim parecia desesperadora estando grávida (o quarto do nosso filho só cabia o berço, a cômoda e um adulto por vez), algo em mim estava prestes a mudar: pesquisei sobre soluções que coubessem em nosso orçamento e criei um blog de decoração para compartilhar minha curadoria e as pequenas modificações que fiz através do “faça você mesmo”. Fomos para outro apartamento logo após o nascimento do bebê, e lembro que meus primeiros posts no “A casa que a minha vó queria” foi mostrando o quartinho minúsculo de Vinicius. E sim, eu estava feliz pra caramba com o resultado.

A insatisfação me impulsionou para o ato de criar e me conectou a muitas pessoas naquela época através da internet. O apartamento indesejado tornou-se o nosso primeiro lar como família, e o blog, modificou completamente a minha vida, colocando-me num vasto ambiente criativo até os dias de hoje.

“Embora os artistas não tenham consciência disso, a obra final é o subproduto de um desejo maior. Não criamos para fazer ou vender produtos materiais. O ato da criação é a tentativa de entrar num terreno misterioso. O anseio de transcender”. Rick Rubin.

Então voltamos ao princípio: Uma decoração afetiva não está disponível no ecommerce ou no Pinterest, ali estão apenas os produtos e referências de uma descoberta muito maior. Das tantas vezes que me vi com recursos limitados, foi a capacidade de confiar no meu poder transformador, usando as respostas que surgiam dentro de mim (podemos chamar de “pistas” ou “intuição”), que me levaram para lugares mais confortáveis de viver.

Como virar essa “chavinha”?

Não acredito em fórmulas, mas creio em processos.

Falamos um pouco no post anterior sobre a nossa capacidade de conexão com a natureza, onde ela servirá ao nosso espírito, e o que serve a ele, consequentemente refletirá em nossa capacidade em produzir arte. Perceber-se como parte de um todo maior que está em constante movimento e regeneração. Conectar-se à sua criança, com uma visão mais aberta de comparações e julgamentos.

Rejeitar soluções prontas e investir na sua própria energia criativa, vivenciando sua autonomia e possibilidades por meio do autoconhecimento.

Vamos olhar pra dentro?

Acho engraçado quando escuto que a decoração afetiva é a que conta a nossa história. O problema é que quase ninguém realmente quer contá-la, principalmente, se os anos vividos foram de traumas ou de escassez. Não seria mais adequado entender o que acontece dentro de nós, acolhermos e encontrarmos um tesouro de expressão artística surpreendente?

Em nenhum momento estou dizendo pra que você tenha uma casa com dores e tristezas expostas, mas estou te fazendo um convite pra que você faça um contraponto com aquilo que é motivo de desamparo em sua vida, para que isso não mais permaneça ao seu lado.

Hoje sei que, posso morar numa casa confortável de madeira no interior de Pernambuco ou em um apartamento minúsculo na zona oeste do Rio de Janeiro. Sou capaz de me sentir em casa através da capacidade de transformá-la em lar. Estou segura que posso fazer isso, independente de onde eu esteja morando e quais recursos tenha em mãos.

Muitas outras perguntas fazem parte da construção de um repertório autoral: Estamos fazendo escolhas superficiais e impostas ou de fato nos conectando com nosso mundo interior pra contar sobre o que nos afeta?

É muito mais simples contratar um designer de interiores, porém muito mais rico construir sua decoração usando-a como uma ferramenta de autoconhecimento, com resultados verdadeiramente cheios de significados.

Pequenos lembretes na decoração sobre coisas importantes

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Sou pai de três filhos, e cada um a sua maneira me presenteia com seu universo pessoal único e encantador. Como pai, é um privilégio maravilhoso me relacionar com esses três carinhas tão especiais. Pietro é o mais novo, fruto de meu último casamento, e tem 6 anos de idade, e é sobre ele que vou contar hoje.

Pietro adora desenhar, e é capaz de consumir uma resma de 500 folhas de papel em apenas uma semana! Seus traços são vigorosos e firmes, quase que atravessam a folha de papel, e ele representa as formas com uma impressionante habilidade para sua pouca idade, traçando linhas e formas muito bem desenvolvidas. Bem, eu imagino que você esteja pensando que trata-se do olhar generoso de um pai encantado com o próprio filho, mas não é bem isso, Pietro é diagnosticado com autismo leve, e um dos seus hiperfocos é exatamente o desenho, o que significa que ele treina essa habilidade com uma intensidade bastante incomum, investindo centenas de horas a mais do que qualquer outro menino dessa mesma idade, o que naturalmente desenvolve essa habilidade mais precocemente.

Essa semana ele desenhou um sonho, e foi um de seus desenhos mais criativos, pois não só desenhou ele mesmo dormindo como também a projeção do sonho dentro de um balãozinho, típico das antigas revistas em quadrinhos. Fiquei tão impressionado com o desenho que pedi que ele me desse, coisa que fez um pouco relutante rs

O desenho fica em frente ao meu computador e quando meus olhos passam por ele, sempre se detém um pouco, e quase que posso sentir os movimentos de suas pequenas mãozinhas traçando com pressa essas linhas tão enérgicas…

Como todo filho de pais separados, Pietro não dispõem mais da minha presença diária, como era quando morávamos todos juntos, mas parte dele fica especialmente presente todos os dias quando me sento para o trabalho no computador, e fica claro pra mim o quanto é importante termos lembretes diários do “por que” estamos trabalhando tanto.

Quando eu era adolescente, descobri que minha mãe guardava vários dos meus desenhos feitos quando criança, eles ficavam empilhados de baixo de suas roupas dobradas. Ela os escondia como um segredo, talvez tivesse medo que eu os jogasse fora se os descobrisse ali. Eram desenhos toscos e cheios de inocência e minha mente adolescente ficou super envergonhada de ver o quanto eu tinha sido ingênuo e sonhador. Havia desenhos de super-heróis com superpoderes bizarros, havia desenhos com declarações de amor a minha mãe, desenhos de fisiculturistas com proporções exageradas, e havia sobretudo o retrato do menino que um dia eu fui. De fato, tive vontade de jogá-los fora, e ocultar pra sempre toda aquela ingenuidade que o adolescente inseguro insiste em camuflar, mas não o fiz…ainda bem.

Hoje mais do que nunca entendo a motivação dos pais em guardar esses desenhos aparentemente sem valor de seus filhos, talvez de forma até inconsciente percebamos que há algo muito mais importante e valioso escondido ali, um registro que toca profundamente a nossa alma e anuncia uma possibilidade até então ignorada, a de voltar ao paraíso perdido do universo infantil, e de fazer uma visita àquela criança inocente e sonhadora que todos nós já fomos um dia.

Por aqui o desenho de Pietro segue na estante e contrasta fortemente com as gravuras e livros mais sérios de psicologia e teologia, e é nessas horas que percebo o quanto a decoração não pode ter regras muito rígidas, mas sim uma clara consciência de valores pessoais. E nesse contexto, as lembranças afetivas precisam ser resgatadas e cultivadas como se nossa vida dependesse disso, por que de fato depende.

Leonardo Clímaco

Designer de interiores e psicanalista
Percurso em Psicologia analítica Junguiana
Pesquisa a relação da experiência do morar com os aspectos simbólicos da decoração.

Todos nascemos criadores e criativos

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“Criar é trazer à existência algo que antes não existia. pode ser uma conversa, a solução de um problema, um bilhete para um amigo, a reorganização da mobília da sala, um novo caminho para casa a fim de evitar engarrafamento”

Toda minha infância na casa de voinha foi analógica, a geração dos anos 80 que brincava no jardim caçando insetos e folhas pra cozinhar em potes de margarina. Percebíamos o tempo, as cores, as pequenas manifestações da natureza, criávamos brincadeiras.

Rick Rubin, em seu livro O Ato Criativo: uma forma de ser, nos lembra que o universo é um grande desdobramento criativo, e assim como o passarinho faz o ninho e as árvores dão frutos, nós humanos, somos capazes de criar muitas coisas. Enquanto somos “filhotes” já criamos coisas. Crescemos e vamos criando muito mais, fazemos parte de um grande cronograma cósmico, somos parte de um universo criador.

Numa abordagem mais holística, mas que pra mim, faz muito sentido, Rick diz que somos antenas de pensamentos criativos, onde algumas transmissões chegam mais fortes, outras mais fracas, e que é preciso de um esforço pessoal pra sintonizar a sua antena e não se distrair com tantos ruídos.

Vamos combinar que barulho não nos falta. Como teremos uma mente criativa com tantas informações nas redes sociais? Com horas e horas diárias de trabalho? Com demandas domésticas, filhos e crises de ansiedade? Como podemos nos conectar com a sabedoria do universo para criar uma obra de arte, um almoço no fim de semana, um negócio ou uma decoração que nos traga satisfação com a nossa casa? Como sintonizar nosso eu com todas essas energias? O modo da nossa sociedade capitalista nos limita quando rouba nosso tempo e atenção, mas ainda assim, a nossa criatividade é exercida em cada resolução que encontramos na nossa rotina.

Não sei como você lida com a artista que mora em você, mas eu também acreditei não ser uma pessoa criativa, era mais confortável que as pessoas pudessem escolher ou fazer por mim. E esse pensamento me levou a abandonar projetos pessoais e profissionais nos últimos anos.

Voltando ao barulho da sociedade moderna, Rick diz então que a relação que temos com a natureza é muito mais energética que tátil, sentimos a natureza de uma forma muito mais intuitiva que de maneira consciente. Então o primeiro passo talvez seja resgatar aquela sua versão criança no jardim da casa da vó.

Lembrei dessa música cantada pela maravilhosa Gal Costa, uma música de resistência, que também pode se aplicada em nosso contexto :

Atenção ao dobrar uma esquina
Uma alegria, atenção, menina
Você vem, quantos anos você tem?
Atenção, precisa ter olhos firmes
Pra este sol, para esta escuridão

Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino, maravilhoso
Atenção para o refrão, uau!

É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte

A nossa criança é muito mais aberta para novas ideias, aceita novas informações com satisfação e curiosidade, ao invés de fazer comparações. Ela é espontânea, curiosa e não sente-se cansada constantemente. Uma pessoa criativa consegue conservar essas qualidades. Preste mais atenção, diminua o barulho dos nossos tempos.

A Fonte da criatividade está em todos os lugares, nós a sentimos ou entramos em sintonia com ela, através das nossas experiências, mas também por meio dos nossos sonhos, da nossa intuição e de outros fatores ainda desconhecidos, “encontram o caminho para dentro de nós”.

A Julia Cameron, em o “Caminho do Artista”, diz “Assim como o sangue é uma realidade do seu corpo físico – e não uma invenção – a criatividade é uma realidade do seu corpo espiritual – e não fruto da sua imaginação. Ela dedica as primeiras páginas de seu livro a falar sobre a eletricidade espiritual. Se você pensar no Universo como um grande oceano de energias, onde você faz parte, abrir-se à criatividade faz com que você deixe de ser alguma coisa à deriva no mar para se transformar numa parte muito mais funcional, consciente e cooperativa do ecossistema.

A sua artista é uma criança interior, que vive sintonizada com a fonte e está sempre atenta aos pensamentos infantis.

Até logo!

A decoração como propaganda doméstica e agente transformador de energias

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Era uma quinta feira, por volta de três horas da tarde. Estava aflito com problemas que pareciam muito maiores do que eu achava que poderia resolver naquele momento, precisava de silêncio para colocar as ideias em ordem, e o único lugar silencioso que havia disponível era a igreja do convento, há um pouco mais de trezentos metros do meu escritório. Mesmo com minha fé menor que um grão de mostarda, parti para lá muito mais em busca de refúgio do que obter ajuda religiosa.

Passei pelo átrio e sentei-me no fim da igreja perto da porta, para o caso de alguém me importunar… olhei a minha volta e após um tempo, não sei dizer o quanto, o silêncio começou a me confortar. Os problemas saíram de cena e a minha atenção agora se voltava para a arquitetura da igreja… Como esse pé direito é alto! Essas luzes coloridas que transpassam os vitrais deslizam devagar pelas paredes… Como será esse lugar ao amanhecer?… Por fim a Via Sacra me sequestrou a atenção e comecei a segui-la circundando a nave, contemplando cada estação que adornava as paredes.

Havia poucas pessoas e algumas oravam o terço, outras acendiam velas para as imagens que representam os santos de devoção, havia um murmúrio baixo e constante, era o som da nossa humanidade em sofrimento. Me dei conta do benefício que é ter à disposição esse refúgio na cidade, e pelo visto não sou o único.

Ainda no interior da igreja, percebi algo interessante mais adiante, ao lado direito do presbitério; era uma imagem de São Miguel arcanjo empunhando uma espada e dominando sob seus pés um ser mitológico, algo parecido com o diabo… lembrei dos meus problemas…

Sentei-me novamente e fiquei pensando no quanto cada imagem daquela representava uma qualidade que eu poderia desenvolver ou emular em meu universo interior, não foi a toa que meus olhos se puseram em São Miguel Arcanjo, mas também havia muito mais a minha disposição, tratava-se de uma fartura de auxílios, onde eu poderia me nutrir desses símbolos que tinham o poder de me confortar e me indicar caminhos, imagens e mitos que convidam para o desenvolvimento das forças que precisamos cultivar; como por exemplo São Francisco para o amor universal e compaixão, São José para me servir de exemplo de pai abnegado e servidor de propósitos maiores, Santa Rita de Cássia com sua fé de transpor as causas impossíveis e o próprio Jesus, que se dispôs ao sacrifício de sua humanidade para se tornar Deus.

Lembrei-me de um tempo em que fiquei obcecado pela ideia de ser rico, e para isso recorri aos livros de Napoleon Hill. Os lia com a mesma devoção que um devoto lê a bíblia, e não só isso, também imprimi pôsteres e cópias das capas de seus livros para que eu pudesse os ver assim que acordasse. Hoje percebo o quanto havia de “religiosidade” nesse meu método de emular o ideal da riqueza. Era uma espécie de esforço maciço de levar através das imagens externas valores e qualidades pra minha realidade interna. Qualquer semelhança com uma atividade religiosa não é mera coincidência, a diferença é o Deus naquele momento era o dinheiro, e Napoleon Hill o santo que me ensinaria o caminho até ele…

Talvez tenha me faltado devoção, afinal eu não fiquei rico, mas ao menos descobri que não existe em mim um ímpeto tão abnegado para perseguir essa meta, mas que sobra energia para outras que me tocam mais profundamente, e aqui talvez resida a maior das riquezas, que é o autoconhecimento.

Toda essa reflexão nos aponta para uma questão muito pertinente, que é o potencial de utilizar a decoração como propaganda doméstica e agente transformador de energias. Tudo na decoração é simbólico, e pode lhe indicar uma direção que parte pro infinito… Vasos podem ser opulentos ou singelos, flores podem trazer perfume e doçura para os seus dias, cores podem lhe deixar alegre e a luz natural influência seus processos biológicos mais fundamentais. Se ousar manipular os elementos a sua volta com a intenção de construir valores e bem-estar para si, perceberá que não dependerá mais de boas ideias para compor os espaços, mas sim de uma clara visão do que sua realidade interna mais precisa. Com isso em mente, a casa torna-se um organismo vivo e de constante interação, um laboratório que acompanha seus processos internos os refletindo e os influenciando de volta, num dialogo constante de sua vida interior com esse invólucro que abriga sua vida.

Em relação ao que me levou até a igreja, como quase tudo que nos aflige, foi passageiro e hoje não tem o menor impacto sobre mim, mas se não fosse aquele refúgio silencioso que me abrigou no momento da dificuldade talvez eu não tivesse superado com tanta facilidade. No mais, sinto-me afortunado e sempre recorro a esse lugar para obter paz e conexão, mas fica a pergunta: Não seria bom se tivéssemos um refúgio como esse dentro de nossa própria casa?

Leonardo Clímaco

Designer de interiores e psicanalista
Percurso em Psicologia analítica Junguiana
Pesquisa a relação da experiência do morar com os aspectos simbólicos da decoração.

Sobre acreditar na sua criatividade na construção de um lar

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Cá estamos nós mais um ano, mais precisamente no décimo quinto. São 15 anos de A casa que a minha vó queria. O meu desejo é que os próximos meses sejam transformadores, realmente preciso que isso aconteça.

Existe planejamento, sonhos, metas que quero alcançar, então resolvi dedicar totalmente meu tempo e energia a minha marca, no ritmo possível dos meus dias. Quero te falar sobre todos os meus processos transformadores de comunhão com a casa, com a decoração e um novo modo de enxergar meus espaços, como sempre digo, os externos e internos. Acho que tenho muito a falar e te mostrar que é possível encontrar a sua versão sensível, criativa e em constante progresso.

Ao longo de todo esses anos, sendo uma das primeiras blogueiras do segmento, o que sempre escutei e li nos comentários foi sobre ser uma pessoa criativa, mas nunca me considerei assim. A criatividade pra mim estava ligada ao ato de surpreender as pessoas com algo realmente impactante, novo e admirável. Quando estava apenas pintando uma cabeceira de madeira herdada dos meus pais, porque não tinha grana pra comprar uma nova, na minha cabeça vinha a voz: “E isso é lá ser criativa? Será que estou enganando essas pessoas?”.

Talvez por não acreditar em mim mesma, deixei de acreditar nos meus projetos, inclusive de construir minha casa, do meu jeito. Após a minha separação, também acreditei que uma mãe com crianças pequenas, morando no interior de Pernambuco, não teria tantas chances de ser uma ótima designer de interiores, uma empreendedora capaz de assumir as rédeas, seguir sendo uma blogueira relevante na internet. Fazer tantas entregas e performances nas redes sociais já era algo que me deixava em médias crises de ansiedade. Acreditei mesmo que era um fraude e me agarrei em outras narrativas pra não fazer mais parte disso.

Agora, aos quase 41 anos, entendo que eu não podia contribuir com meus leitores/seguidores nos últimos anos, mas não porque eu era alguém que enganava as pessoas, mas porque precisei passar por um processo necessário de autoconhecimento para descobrir o que posso oferecer com o meu trabalho. Então estou aqui pra te falar sobre esse novo passo.

Não sei se você se considera uma pessoa criativa, mas nos próximos posts vou te mostrar que, assim como eu, VOCÊ É UMA PESSOA MUITO CRIATIVA, VOCÊ É UMA ARTISTA. Não gente, não virei coach, mas podemos falar sobre decoração, sem necessariamente falarmos sobre tendências, status e consumo? Eu acredito que sim. Podemos falar sobre desenvolvimento pessoal sendo a casa uma ferramenta disponível para te trazer bem-estar físico e emocional? Eu também acredito que sim.

Além da minha própria história e de tudo que li, pesquisei, aprendi e postei aqui nos últimos anos, usarei como guia algumas referências bibliográficas, em especial o livro “O ato criativo: uma forma de ser”, de Rick Rubin, minha mais recente leitura que expandiu ainda mais o meu potencial (porque sim, eu tenho um e você também) em CRIAR.

No fim, lançarei um ebook a preço acessível pra que você tenha um material muito bacana, que vai te ajudar não só a olhar a criatividade como uma habilidade natural de todos nós, como decorar sua casa de uma maneira verdadeiramente afetiva (de muitos afetos).

Até amanhã, aqui no blog <3

Trilhando o Caminho do Bem-Estar: Uma Jornada de Autocuidado Feminino

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O bem-estar é uma busca constante que se estende por todas as fases da vida, cada uma delas apresentando seus próprios desafios e oportunidades. Desde a infância até a velhice, a atenção ao cuidado pessoal é essencial para uma vida plena e saudável. Na vida das mulheres, a menopausa é uma fase única e marcante que requer atenção especial para garantir qualidade de vida.

Na infância, o bem-estar está geralmente associado ao desenvolvimento físico e emocional. Uma dieta equilibrada, atividade física regular e um ambiente emocionalmente enriquecedor formam a base para uma infância saudável. Os cuidadores desempenham um papel fundamental nessa fase, estimulando hábitos saudáveis e promovendo a autoestima.

A adolescência, marcada por mudanças hormonais e psicológicas significativas, é um período desafiador. Educação sobre saúde mental, gestão do estresse e práticas saudáveis de autocuidado, como estabelecimento de uma relação positiva com o próprio corpo são ferramentas valiosas que devem ser incorporadas desde cedo, preparando os jovens para enfrentar os desafios que surgirão ao longo da vida.

A fase adulta traz consigo responsabilidades adicionais, como carreira, relacionamentos e, para muitas mulheres, a maternidade. O equilíbrio entre esses aspectos da vida é essencial para o bem-estar. Práticas de autocuidado, como a busca de apoio social, a prática regular de atividade física, a gestão eficaz do tempo e cuidados com a saúde mental, são fundamentais para enfrentar as demandas diárias.

À medida que as mulheres entram na menopausa, marcada pelo fim dos ciclos menstruais, várias mudanças hormonais e físicas podem ser percebidas. Sintomas como ondas de calor, alterações de humor e alterações no sono podem surgir. A atenção ao bem-estar torna-se ainda mais importante. Nesse período, o autocuidado deve ser adaptado para atender às necessidades específicas desta fase única da vida feminina.

Aceitação, compreensão e busca de informações sobre os sintomas comuns da menopausa e a adoção de práticas que promovam o equilíbrio hormonal, como rotina de atividades físicas dieta balanceada, com alimentos ricos em cálcio para a saúde óssea e a inclusão de alimentos ricos em fitoestrógenos, como soja e linhaça, podem ajudar a aliviar alguns dos sintomas associados às mudanças hormonais.

 Além disso, a atenção à saúde mental é essencial durante a menopausa. A prática de técnicas de relaxamento, como a meditação e o yoga, pode ajudar a reduzir o estresse e promover o equilíbrio emocional. O diálogo aberto com amigos, familiares também auxilia na percepção de acolhimento durante essa fase. A consulta e acompanhamento de profissionais multidisciplinares de saúde para orientação personalizada é aconselhável, pois cada mulher vivencia a menopausa de maneira única.

Em todas as fases da vida, o bem-estar é uma jornada contínua que requer adaptação e compromisso. A menopausa, por sua vez, destaca a importância de uma abordagem específica com o intuito de garantir que as mulheres atravessem essa etapa com saúde e equilíbrio. Ao incorporar práticas de autocuidado desde a infância até a menopausa, as mulheres podem desfrutar de bem-estar durante todas as fases da vida.

Ana Medeiros

É a neta de D. Edite. Ana comanda o #ACQMVQ há 15 anos e vive diariamente decorando aqui e ali. Trabalha home office produzindo conteúdo para o blog e outras empresas. É mãe solo, escritora, empreendedora e pesquisadora dos jeitos de morar. Atualmente está debruçada sobre como a nossa criatividade pode tornar os nossos lares verdadeiramente afetivos.

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